quarta-feira, 2 de maio de 2012

O 1º DE MAIO, O PINGO DOCE E A MISÉRIA NACIONAL


O episódio do dia 1º de Maio nos supermercados Pingo Doce é revelador.
As filas que pudemos ver à porta daqueles supermercados trazem à memória os tempos do racionamento nos anos 40, em que se podiam visionar filas enormes à porta dos estabelecimentos comerciais para reclamar os parcos mantimentos a que os portugueses tinham direito, ou aquelas outras na ex-URSS para reclamar as escassas provisões a que os soviéticos tinham direito contra a apresentação das senhas de racionamento.
Mas no passado dia 1 de Maio foi diferente.
Não havia guerra. Não havia economia estatizada. Não havia racionamento.
Mas uma coisa havia em comum com esses tempos: a miséria.
O episódio do Pingo Doce, veio, assim, por a nu o estado necessidade e miséria a que os portugueses estão a ser conduzidos.
Ela é de tal ordem que não tardou a haver desacatos, chegando-nos as notícias de que (pasme-se) até houve feridos!
O estado de necessidade dos portugueses já está, por isso, a assumir proporções que, não tarda, terá repercussões mais sérias sobre a ordem pública.
No passado tivemos miséria por causa da guerra.
Esperemos que o futuro não nos traga guerra por causa da miséria.

Miguel Salgueiro Meira