ANTERO DE QUENTAL

domingo, 5 de julho de 2009

 




Antero Tarquínio de Quental nasceu em Ponta Delgada, na Ilha de São Miguel, nos Açores, em 18 de Abril de 1842.
Foi uma das figuras marcantes na poesia e na política na segunda metade do século XIX em Portugal.
Nascido no seio de uma família profundamente religiosa, estudou no Colégio do Pórtico, de Ponta Delgada, fundado e dirigido por António de Feliciano de Castilho.
Em 1858 ingressou na Universidade de Coimbra, onde conclui a licenciatura em em direito em 1864. Neste período conhece a obra de pensadores como Kant, Hegel ou Proudhon.
Em Coimbra funda a Sociedade do Raio, organização secreta de estudantes envolvida na contestação ao sistema político-social.
Corria o ano de 1861, quando Antero de Quental publicou os seus primeiros sonetos. Quatro anos depois, publicou as Odes Modernas, influenciadas pelo socialismo de Proudhon.
Nesse mesmo ano iniciou a Questão Coimbrã, em que Antero e outros poetas foram atacados por Antônio Feliciano de Castilho, por instigarem a revolução intelectual.
Em resposta, Antero publicou o opúsculo Bom Senso e Bom Gosto, onde critica fortemente António Feliciano de Castilho e a sua visão profundamente ultrapassada de arte: ao Ultra-Romantismo decadente, beato e estupidificante, Antero opunha o Realismo, a exposição da vida tal como ela era, das chagas da sociedade, da pobreza, da exploração. Antero defendia a poesia como forma de alertar as consciências para as desigualdades sociais e para os problemas da humanidade..
Após a formatura, e influenciado pelo exemplo de Proudhon resolve seguir a vida operária e exerce a actividade de tipógrafo, primeiro em Portugal, na Imprensa Nacional, e depois e, Paris, entre janeiro e fevereiro de 1867.
Em 1868 regressou a Lisboa, onde fundou, com antigos colegas da universidade, o Cenáculo, na Casa de Jaime Batalha Reis. Do Cenáculo fizeram parte, entre outros, Eça de Queirós, Abílio de Guerra Junqueiro e Ramalho Ortigão.
Foi um dos fundadores do Partido Socialista Português. Em 1869, fundou o jornal A República, com Oliveira Martins.
Em 1873 herdou uma quantia considerável de dinheiro que lhe permitiu viver dos rendimentos.
Em 1871 organiza, em Lisboa, as célebres Conferências do Casino, onde, de forma exemplar e inteligente, faz uma análise crítica das causas da decadência dos povos peninsulares
Em 1874, é acometido de uma tuberculose que o leva a estar parado cerca de um ano.
Em 1879 mudou-se para o Porto.
Em 1886 publicou aquela que é considerada pelos críticos como sua melhor obra poética: Sonetos Completos.
Em Setembro de 1881 foi, por razões de saúde, e a conselho do seu médico, viver em Vila do Conde, onde fixou residência até Maio de 1891, com pequenos intervalos nos Açores e em Lisboa. O período em Vila do Conde foi considerado por Antero o melhor período da sua vida.
Em 1886 foram publicados os Sonetos Completos, com prefácio de Oliveira Martins. Entre Março e Outubro de 1887, permaneceu nos Açores, voltando depois a Vila do Conde.
Em 1890, devido à reacção nacional contra o ultimato inglês, de 11 de Janeiro, aceitou presidir à Liga Patriótica do Norte.
Em Maio de 1891, regressa a Lisboa onde fica hospedado em casa da irmã, Ana de Quental.
Portador de Transtorno Bipolar, nesse momento o seu estado de depressão era permanente. Após um mês, em Junho de 1891, regressou a Ponta Delgada, suicidando-se no dia 11 de Setembro de 1891, com dois tiros na boca, disparados num banco de jardim.
Antero de Quental pertenceu à denominada "Geração de 70", que inclui Eça de Queiróz, Oliveira Martins, Ramalho Ortigão, Teófilo de Braga, Adolfo Coelho, Guerra Junqueiro, Gomes Leal e muitos outros, e que assumiu como um grande objectivo a reforma cultural e social de Portugal.

MSM

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