Managing diversity a challenge for all countries, says UN genocide prevention official

terça-feira, 30 de março de 2010


19 March 2010 – Even the world’s most homogeneous country faces the challenge of constructively managing diversity, the United Nations Special Adviser on the Prevention of Genocide said today, calling on States to recognize the need to end discrimination and inequalities between different ethnic, racial and religious groups before they result in deadly violence.
In an interview with the UN News Centre from Conakry, Guinea, where he is on the first leg of a two-nation West African tour, Francis Deng described genocide as “just the extreme form of identity-related conflicts.”
He said it was important for countries to not be defensive about the issue and to not view it as something that only occurs in other States.
“I see it as a challenge of good governance, of working towards equality of all groups, regardless of their identity, and of working against marginalization and discrimination.”
Mr. Deng is meeting with Government officials, UN staff and representatives of the Economic Community of West African States (ECOWAS) during this trip in a bid to raise awareness within the region about the need to manage diversity before risk factors for genocide can emerge.
Those risk factors include the existence of defined identity groups within a society; the availability of weapons; the level of discrimination towards some groups; and the capacity of a country to either manage the problem or allow it to escalate.
Mr. Deng said he has been “very encouraged” by the talks he has held so far, including with Guinean Prime Minister Jean-Marie Doré and other senior Government officials, as well as with key representatives of civil society groups.
The Special Adviser, who travels next to Ghana, has cancelled the Nigerian leg of the trip following the recent political developments that led to the dissolution of that country’s Cabinet this week. An earlier stop in Liberia was also cancelled because of delays in leaving New York due to weather problems.
He stressed that he was not using the trip to West Africa to “pinpoint any countries,” and he called for a regional approach to dealing with genocide so that countries can work together to identify and tackle similar issues and problems.
All countries, he added, can take steps to better manage diversity and to reduce inequalities of wealth, power and development.



Fonte: UN NEWS CENTER

P(artido) S(em) D(emocracia)

quinta-feira, 18 de março de 2010

O PSD acaba de aprovar neste último congresso a proibição de
críticas à liderança do partido nos 60 dias anteriores à realização
de um acto eleitoral.
A violação dessa proibição passará a consubstanciar uma infracção grave que pode ser sancionada com a suspensão no partido.
Essa proibição tem um nome: chama-se delito de opinião.
Ela é castradora da manifestação livre e espontânea das ideias e opiniões dos seus militantes, obstando à criação de uma esfera de discussão pública onde se procure a verdade e se encontrem as melhores soluções para aquele partido e para o país.
A aprovação de uma proibição desta natureza, mais do que surpreendente num regime democrático, é surpreendente no actual momento da vida política nacional, onde o PSD acusou o Partido Socialista de atentar contra a liberdade de expressão.
O que ao PSD provocou indignação para com o Partido Socialista, não evitou a lei da rolha no seu quintal.
É esta a mudança que pretendem? É esta a ruptura que visionam? É assim que pretendem unir os militantes e convencer os portugueses?
Estaline não teria feito melhor.
Findo o congresso, já cá fora, os candidatos a líderes quiseram passar a ideia que discordavam da medida.
No entanto, lá dentro, nenhum se levantou contra semelhante atentado aos valores da social-democracia. Quem sabe se não lhes dará jeito no futuro.
O Partido Social Democrata continua um verdadeiro ninho de gatos onde se procura a vitória a todo o custo mas onde, de facto, pouco ou nada se mudará.
Não admira que as sondagens recentes continuem a dar a vitória ao PS.
Com um PSD de tão fraca qualidade quem perde é Portugal.

Miguel Salgueiro Meira

Publicado parcialmente na edição do dia 18 de Março de 2010 do jornal PÚBLICO
Publicado parcialmente na edição do dia 20 de Março de 2010 do semanário EXPRESSO

Contra a indiferença.

segunda-feira, 8 de março de 2010

A candidatura de Manuel Alegre às eleições presidenciais de 2006 representou um movimento independente relativamente aos partidos políticos, inclusivamente do Partido Socialista que se recusou a apoiar o seu militante histórico.
Os eleitores, porque começam a estar cansados dos partidos que nos governam há anos, viram na candidatura independente de Alegre e no inconformismo desse candidato um voto de protesto contra o sistema, procurando dar um sinal à democracia de que nem tudo se esgota naqueles partidos.
Manuel Alegre teve 20,72% dos votos expressos, sendo o segundo candidato mais votado.
A expressão eleitoral dos cidadãos livres que se associaram à candidatura de Alegre demonstrou ter uma força que superava a de partidos políticos, como o PS, o PCP ou o BE.
Para esses cidadãos, foi uma derrota que soube a vitória.
A consciência de que, todos juntos, tinham um poder enorme alimentou esperanças que transcendiam o acto eleitoral.
Ficou-se à espera que Manuel Alegre fizesse algo com mais de um milhão de votos que lhe foram confiados.
Falou-se na criação de um partido político. Falou-se na saída de Alegre do Partido Socialista.
Pretendia-se um sinal de ruptura com o sistema partidário e a prática política existentes.
Todos esperavam de Alegre um acto consequente com a expressão dos votos que lhe foram cofiados.
Mas Manuel Alegre não deu tão grande passo.
Militante histórico cuja identidade está ligada indelevelmente ao PS, Alegre não teve a coragem de assumir a ruptura.
E mesmo no exercício da sua actividade como deputado do PS, não fez mais do que ir tendo algumas discordâncias com o seu partido.
Na hora da verdade, Manuel Alegre esteve sempre ao lado do PS.
Nada há a censurar. É a sua identidade. Um histórico como Manuel Alegre não quererá ficar com o ónus de fracturar o PS, criando um novo PRD.
No entanto, é duvidoso que os cidadãos defraudados com Alegre lhe voltem a confiar o voto.
Esses cidadãos sabem agora que Alegre, afinal, não tem a isenção necessária para o exercício da função presidencial, pois, se for necessário tomar qualquer decisão que prejudique o PS, ele – já o demonstrou – sentir-se-á condicionado.
E é aí que Fernando Nobre poderá ser diferente.
Fernando Nobre não está vinculado a nenhum partido.
A sua natureza apartidária fê-lo já apoiar candidaturas dos mais diversos quadrantes políticos.
Nobre é um dos cidadãos portugueses contemporâneos que mais se distinguiu pelo seu espírito de serviço e pela dedicação a causas humanitárias e solidárias.
As suas lutas não são lutas de bancada ou de verbo.
Fernando Nobre luta por esse Mundo fora contra a injustiça e contra a indiferença.
Se é de admirar aqueles que, em tempos difíceis de ditadura, tiveram que abandonar o País porque eram perseguidos, mais admirável é o exemplo daqueles que, em tempos fáceis, abdicam do seu bem-estar pessoal, dando o corpo às lutas solidárias e humanistas quando poderiam estar confortavelmente sentados nas suas casas ou, quem sabe, no Parlamento.
Angustiado com a degradação da vida política e da cidadania em Portugal, Fernando Nobre sentiu dentro de si a obrigação de avançar, procurando mobilizar contra a indiferença os cidadãos decepcionados com a vida pública.
Fê-lo porque sabe – do que viu pelo Mundo fora – que quando um povo se deixa ao sabor da indiferença é meio caminho andado para o poder político dele abusar.
Alguns comentadores residentes aconselharam já Fernando Nobre a abandonar a corrida presidencial e a voltar para a AMI.
Se não tivessem existido na nossa história homens que sonharam ir mais longe do que os seus próprios passos podiam alcançar, nunca teríamos tido um passado glorioso que constitui o pouco de que nos podemos orgulhar.
Quem persegue sonhos não se deve deixar condicionar por quem transpira pesadelos.
A luta de Fernando Nobre é para que aqueles que já desistiram de votar e de se envolver na vida pública sintam que ainda vale a pena e o demonstrem confiando-lhe o seu voto.
E é também para aqueles que não se identificam com nenhum dos candidatos já existentes.
Aí cabem todos: à esquerda, ao centro ou à direita.
É uma luta pela diferença contra a indiferença.
Fernando Nobre é dotado de coragem, abnegação e espírito de serviço.
É de admirar a sua determinação.
Consiga ele mobilizar os indiferentes e já ganhou a batalha eleitoral.

Miguel Salgueiro Meira

Publicado parcialmente na edição de 6 de Março de 2010 do semanário "Expresso"