Conselho dos Direitos Humanos aprova relatório sobre crimes cometidos em Gaza

sábado, 17 de outubro de 2009

 

Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas adoptou esta manhã, por larga maioria, as conclusões do relatório Goldstone, que acusa tanto Israel como o movimento palestiniano Hamas de terem cometido crimes de guerra durante a última ofensiva em Gaza.

Vinte e cinco dos 47 países representados no organismo votaram a favor da resolução apresentada pelos palestinianos e que, entre outros pressupostos, critica Israel por não ter colaborado com a missão liderada pelo juiz sul-africano Richard Goldstone. Seis países (incluindo EUA, Itália e Holanda) votaram contra o documento e onze abstiveram-se.

O relatório, divulgado no mês passado, recomenda que o Conselho de Segurança das Nações Unidas entregue o caso ao Tribunal Penal Internacional se, no prazo de seis meses, Israel ou a Autoridade Palestiniana não conduzirem investigações apropriadas às atrocidades que lhes são imputadas.

O magistrado detectou inúmeras violações dos direitos humanos cometidas pelas duas partes durante as três semanas da ofensiva, lançada por Israel para pôr fim ao disparo de “rockets” contra o seu território, e que causou a morte de mais de 1400 palestinianos, na sua maioria civis.

Israel repudiou as conclusões do magistrado e avisou que a continuação deste processo na ONU poderá enterrar as esperanças de um reinício das negociações de paz promovidas pela Casa Branca.

A Autoridade Palestiniana já se congratulou com a decisão, dizendo esperar que “o relatório seja agora levado ao Conselho de Segurança”. Também o Hamas – que ignorando as acusações que lhe são feitas se refere ao relatório como uma vitória para o povo palestiniano – diz esperar que “a votação conduza a um processo contra os líderes da ocupação”.

In PUBLICO, 17 de Outubro de 2009

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